quinta-feira, janeiro 05, 2006

Filme

Predador e Predador 2 (1987 e 1990)



Sobre o filme (neste caso são dois: o original e a sequela) não vou tecer grandes comentários até porque a maioria das pessoas que visitam o meu blog já os devem ter visto (pelo menos duas das três pessoas que perdem tempo aqui, e isto já é uma estimativa por alto do número de leitores, na qual eu me incluo...).
Aliás o fascínio nem é sobre o filme em si nem pelo actor principal do filme original (o Conan, the Republican, que coitado até anda a baralhar ficção e realidade e acha-se o Exterminador...), mas sim pela fabulosa criatura criada pelo Stan Winston (um especialista de efeitos especiais que fez os fatos dos Wookies na Guerra das Estrelas –para quem não sabe o que é um Wookie, sabe concerteza quem é o Chewbacca-, criou os efeitos no Exterminador 1 e 2 –os bons-, e foi responsável também pelos Aliens e pelo Batman de Tim Burton). E isto porque só foi chamado depois de o realizador, já no meio das filmagens numa selva sul-americana, ter visto o fato inicial (que não metia medo a um puto de cinco e que para além disso já parecia ter levado umas bolachadas do Arnold “Run! Go!! Git toa dah choppah!! Schwarzenegger) e ter decidido que não podia ver o Van Damme dentro de uma coisa daquelas. E que ainda por cima ficava com os pés no sitío onde eram as canelas do fato.
Conclusão: decidiu arranjar um fato novo e um gajo grande para o vestir.
O filme tornou-se um ícone dos anos 80, pelos efeitos especiais inovadores, pelo alienígena implacável, pelas prestações de uns tipos excedentários na produção de testosterona (que se fosse servida nas bebidas de um qualquer bar gay deste país chegava para transformá-lo numa tasca de homens de barba rija), pela acção electrizante, e pela carrada de punchlines foleiras, aquilo a que os americanos chamam de oneliners e que se tornaram famosas. Não só aquelas proferidas pelo Ahhnold, (ex: “Agly mudafaka...” ou “He diehnt dizapeahrh, he vas skenneh halavh!” – tradução: “He didn´t disappear, he was skinned alive!”) mas também as de Jesse Ventura (ex: “You´re all a bunch of slack-jawed pussies! This stuff will turn you into a goddam sexual tyrannosaurus, just like me!”, sobre mascar tabaco, ou “I ain´t got time to bleed.”, quando lhe disseram que estava a sangrar).
E são estes tipos governadores na América...
Carl Weathers, Bill Duke e Sonny Landham também contribuiram para o arraial de porrada e tiro-neles.
O segundo filme traz-nos um novo ambiente, a selva urbana, um predador melhor armado (o disco-boomerang é fenomenal) com direito a mais tempo de antena, e novo elenco: Danny Glover, Bill Paxton, Gary Busey, entre outros.
Apesar de o elenco da sequela ter menos carisma que o primeiro, Danny Glover apresenta-se em bom plano, mas fazer esquecer Ahhnold acaba por não ser tarefa fácil.
Mas também, se tem sangue a rodos, sexo, violência, e alguns extraterrestres, que mais se pode exigir de um filme? Pois... se disserem “que nos faça pensar”, eu digo: “Não vale. Isto é um filme de acção com extraterrestres, sexo, sangue e violência (explosões e armas malucas incluídas)”.
Querem pensar vão ver o Crime do Padre Amaro (o português) e pensem assim: “Mas como é que eu pude sequer pensar em ver isto?! Nem sequer conheço a gaja!” Dá que pensar não?